
O Monopólio da Força
No post anterior adentramos no tema do “Monopólio das Leis”, onde examinamos a manipulação das leis pelo Estado em seu próprio benefício. Esta análise nos conduz ao próximo tópico: “O Monopólio da Força”. Aqui, discutiremos como o Estado utiliza suas leis para coagir a população, criando um cenário no qual o monopólio da força é empregado para assegurar obediência. Vamos desvendar como o Estado, por meio de suas leis, exerce controle sobre os cidadãos, forçando-os a seguir suas regras, sob a ameaça constante do poder coercitivo estatal. Ao entender essa dinâmica, poderemos explorar como a população, mesmo em um estado de semiescravidão, é mantida anestesiada pelo sistema.
Nas estruturas sociais complexas, onde o Estado é percebido como um bastião de segurança e ordem, emerge uma preocupação fundamental: o direito fundamental de se defender. Este direito, muitas vezes negligenciado em meio às discussões políticas, representa uma barreira crucial contra o potencial autoritário de um governo descontrolado. A ideia de delegar a segurança pessoal às Forças Armadas e à polícia pode parecer reconfortante à primeira vista; afinal, são instituições armadas que, teoricamente, deveriam proteger os cidadãos. Contudo, a verdade é que essas organizações são, em última instância, braços armados do Estado, não do povo que juram servir e proteger.

O Estado, conforme delineado por Thomas Hobbes em sua obra “Leviatã”, estabelece leis para criar ordem e segurança em troca da liberdade dos cidadãos. Entretanto, como exposto em reflexões recentes, esse arranjo pode se tornar perigoso quando levamos em conta a tendência humana à ganância e ao abuso de poder. Os políticos, investidos com a autoridade de criar e aplicar leis, frequentemente utilizam esse poder em causa própria, perpetuando um ciclo de autosserviço e exploração.

Se as leis são o poder de direito, as armas são o poder de fato. Aqui, o desarmamento da população surge como uma peça crucial no quebra-cabeça do controle estatal. Uma população desarmada se torna vulnerável aos desígnios de um governo autoritário, privada da capacidade de se proteger contra abusos de poder. Enquanto alguns confiam cegamente nas instituições armadas do Estado para protegê-los, é crucial entender que essas organizações, em última instância, servem aos interesses do Estado, não ao povo que juram proteger. Isso significa que, em certas situações, podem ser usadas para reprimir indivíduos que ousam questionar ou criticar o governo.

Em vez disso, é essencial reconhecer o direito fundamental de se defender como um antídoto contra a potencial tirania. A capacidade do indivíduo de proteger sua própria liberdade e segurança não deve ser delegada a um ente estatal, especialmente quando o próprio Estado, por meio de sua força policial, muitas vezes demonstra um interesse insaciável em proteger seus próprios interesses sob a desculpa do “estou apenas cumprindo ordens” ou “é para o seu bem”.


Ao compreender essa dinâmica, podemos associar que, muito além da segurança individual das pessoas, um povo desarmado pode facilmente ser escravizado. Afinal, aqueles que renunciam à sua liberdade em busca de segurança acabam ficando sem liberdade e sem segurança.
Até aqui, você já deve ter entendido que a população semiescrava deve se comportar conforme o monopólio das regras estatais exige, seguindo as leis (poder de direito), evitando, assim que o monopólio da força estatal (poder de fato) seja utilizado. Agora que você deve estar enxergando as grades da matrix, deve se deparar com a seguinte pergunta: como a população continua a obedecer, financiar e aplaudir esse estado de semiescravidão? A resposta reside nas “doses homeopáticas de anestesias” administradas pelo Estado.
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